Death
Nor dread nor hope attend
A dying animal:
A man awaits his end
Dreading and hoping all
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous man
Casts derision upon
Supersession of breath;
He knows death to the bone -
Man has created death.
(W.B.Yeats)
Entendo agora o frio. Enquanto o vento soprava arrancando-me a pele do corpo. A queimar como fogo carbonizando tudo o que é tecido vivo. Tudo a que se chama tudo, o nada. Carvão em brasa. Esse sopro incendiário e intenso, de luz fulgurante, transfigurou-me maravilhosamente numa espécie melhorada de mim. O que sobrou? Uma espécie de mim remodelada com rajadas de granizo e raios secos cortantes. A matéria prima. Re-talhada. Assumo assim feições e perfis, semblantes e curvas bastante indefinidos. Não solidifico mais, não congelo. Ser entregue que sou às ações caóticas dos astros. Leve para voar e transitar as esferas elevadas de outras atmosferas. Entreguei-me ao vento, fiz um pacto com as tempestades e os vulcões, atuo misteriosamente no universo e mesmo a potência máxima de mim mesma, minha voracidade maior, manifesta-se em profundo silêncio. Não contenho, não aprisiono, nem retenho nada. Encontro no estado mais sólido, o mais volátil e sequer as sub-atômicas partículas escapam à minha ação. Penetro tudo e me expresso nas miudezas irrisórias. Derreti no ardor do vento, tornei-me invisível aos olhos da superfície das coisas do mundo. Desfiz os elos de medíocres pensamentos. Correntes dilaceradas, poeira cósmica agora. Não dói mais, não palpita angústia, ilusão qualquer, nada. E tão somente a fluidez da paz.
Um comentário:
A very beautiful poem. Cool blog,man.
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