terça-feira, 24 de junho de 2008

A rua


Tambem eu

sou feita de rua

Equivalencia

consubstancial

do barro, da lama

por vezes poeira

Sou eu

dissipada

na ventania

que me leva


Valetas de resistencias

Avisto pontes aereas

e mil lacunas

em minha historia

Por onde perambulam

pedestres e moradores

da memoria


Chao batido de mim

Pisam-me 'a superficie

os tolos

Ajudando-me a sedimentar

tesouros subterraneos


Imperfeicoes e desniveis

em que resvalo,

mas nao caio,

num acerto

escorregadio

de meu passo


Lencol de emocoes

das chuvas escoadas

'as profundas camadas

de tantas alegrias

e tantas magoas


Eh a rua surrada

de que sou feita

por onde me vou

e sou carregada

Num passeio de descompassos,

a estrada efemera

e a escavacao eterna.

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