segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Embalo de um dia triste (21/06/07)


Um dia de olhos inchados.

Chateada à mania bizarra dos homens, nós, serem e sermos tão estúpidos. O mínimo de sensibilidade nos falta e os poucos que se importam são ainda piores, pois crêem estar fazendo grande coisa. Certas as meninas no balanço que riem à socapa apostando quem atira o sapato mais longe. Entusiasmadas em seu vai-e-vem, elas desfrutam o dia mais longo do ano como se fosse o mais curto. Nem elas, nem eu queremos voltar para casa antes da noite cair. Queremos o sabor das estrelas esvaído em silêncio noturno e a tranquilidade preciosa de não mais palpitar questões sem resposta. Quem se importa? É vai-e-vem de balanço que traz de novo a pergunta ao vai-e-vem do peito. Levanto-me e me despeço num asceno à distância. As meninas seguem chacoalhando gargalhadas. Eu tenho os olhos ainda a denunciar minha natural ignorância de importar-me.

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